Abaixo trechos da entrevita e veja a metéria completa aqui.
O que saber para não surtar com o COVID-19
Negligência da probabilidade
Já ouviu falar da negligência da probabilidade? Talvez você esteja cometendo sem saber. “Pequenas probabilidades o ser humano tende a dar mais atenção, sejam elas boas ou ruins. Trata-se de um valor subjetivo de escolha”, diz Flávia e exemplifica. Quando jogamos na loteria, ignoramos a soma depositada pensando na recompensa de um prêmio milionário, com o coronavírus é o mesmo princípio. “Um cenário alarmante faz com que criemos pânico por uma doença cuja taxa de mortalidade ainda se mostra baixa”.
Em artigo produzido para a Bloomberg, o advogado e professor Cass R. Sunstein salienta que os custos humanos de uma pandemia vão muito além da saúde pública. Eles são sociais e econômicos – e um produto da psicologia humana, por isso a compreensão das consequências não devem ter como base a negligência das probabilidades.
Efeito manada
O efeito manada está sendo verificado nos últimos dias na corrida às compras para estoque e venda de fundos de investimentos. O supermercado australiano Woolworths se viu na posição de racionar a venda e limitar a compra de papel higiênico por usuários. Movimentos similares aconteceram em países europeus.
O resultado é a escassez de produtos nas prateleiras, instabilidade em mercados financeiros e amplificação da situação de crise. “Mesmo sem muitas informações, acabamos imitando o comportamento alheio pela sensação de incerteza, seja passando a utilizar máscaras respiratórias sem conhecer a real eficácia do uso, ou comprando produtos porque está vendo os outros fazendo igual”, diz Flávia.
Viés de confirmação
O viés da confirmação é a tendência de procurar por informações que confirmem crenças, ignorando contradições. Para Flávia, no caso do COVID-19, a classificação “pandemia”, embora relacionada ao aspecto geográfico, gerou a confirmação da crença de gravidade da doença.
“Sabendo que podemos estar tomando decisões enviesadas, devemos encontrar formas de “parar” o nosso sistema mais automático de pensamentos e atitudes e acionar o nosso sistema mais racional para avaliar melhor a situação. Assim, impedimos que o pânico e a histeria tomem conta”, diz.
Os protocolos de prevenção como lavar as mãos, utilizar álcool em gel, evitar lugares fechados e cobrir a boca e o nariz em caso de tosse ou espirro são simples de ser adotados e devem ser usados para evitar pânico.